As construções, de maneira geral, sofrem muito com as variações de temperatura (frio, calor, umidade, vento) e também com as sobrecargas. Consequentemente, o revestimento também está submetido a tensões chamadas de “movimentações”.
Para aliviar os esforços impostos ao revestimento cerâmico, os projetistas devem prever formas de essa movimentação ser absorvida para se evitar a descolagem da cerâmica. Para tanto, há a necessidade de se prever em juntas no sistema de revestimento cerâmico. Veja abaixo como as juntas podem ser classificadas.
Tipos de juntas
1- Juntas de Assentamento
É o espaço regular existente entre duas placas cerâmicas adjacentes. As juntas entre peças são muito importantes, pois absorvem parte das deformações do revestimento cerâmico, permitem que as diferenças dimensionais entre peças ou placas sejam compensadas e facilitam eventuais trocas de placas cerâmicas, evitando que outras sejam danificadas. A largura das juntas deve ser feita conforme recomendação do fabricante.
2- Junta de dessolidarização
É o espaço regular cuja função é subdividir o revestimento do piso para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. Situada em mudanças de planos (quinas de paredes, tanto internas quanto externas) e perímetro das áreas revestidas.
3- Junta de movimentação
É o espaço regular que define as divisões da superfície revestida com placas cerâmicas. Sua função é permitir o alívio de tensões originadas pela movimentação da base onde é aplicado o revestimento ou pela própria expansão das placas cerâmicas.
Piso
Área interna: a cada 32 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 8 m. Área externa: a cada 20 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 4 m.
Parede
Área interna: a cada 32 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 8 m. Área externa: a cada 3 m na horizontal e a cada 6 m na vertical, no máximo.
4 - Junta estrutural
É o espaço regular entre estruturas. A função é aliviar tensões provocadas pela movimentação do concreto.
NOTA
As descrições desta página são baseadas nas NBRs 13.753, 13.754 e 13.755. Estas descrições são apenas recomendações de orientação e não substituem a necessidade de um projeto específico para cada obra, que deve ser executado por um projetista habilitado e responsável pela especificação do revestimento.
Esquema de localização de juntas e proteção de pontos singulares
Área interna
Linha Branca - Junta de assentamento
Linha Vermelha - Junta de dessolidarização
Linha Amarela - Junta estrutural
Linha Azul - Junta de movimentação vertical
Linha Verde - Junta de movimentação horizontal
Área externa
Linha Branca - Junta de assentamento
Linha Vermelha - Junta de dessolidarização
Linha Azul - Junta de movimentação vertical
Linha Verde - Junta de movimentação horizontal
Proteção de pontos singulares
A previsão de proteções nas partes superiores de um revestimento, ressaltos e aberturas é item obrigatório na etapa do planejamento. A inserção desses elementos no revestimento contribui para sua maior vida útil, pois evita a penetração de água entre a base e a placa cerâmica, o que normalmente acarreta manifestações patológicas, como eflorescência e descolamentos, ou mesmo problemas estéticos de sujidade, principalmente manchas escuras escorridas sobre o revestimento.
A
Rufos, molduras de concreto etc., são detalhes de proteção das partes superiores, como muros, e principalmente das arestas superiores das edificações. Para que esses detalhes funcionem, deve ser respeitada a forma correta da dobra da chapa e também uma distância mínima de 3 cm da superfície a ser protegida.
B
Nas aberturas (janelas, peitoris de varandas, muretas baixas etc.), é recomendada a adoção de pingadeiras, que podem ser feitas em uma pedra. A pingadeira é o corte existente na parte inferior da pedra, que deve ter a distância mínima de, aproximadamente, 3 cm da superfície a ser protegida, e inclinação de 3%. Existem opções para não se fazer a pingadeira, mas dependem de projeto específico.
Fonte: https://www.quartzolit.weber/ajuda-e-dicas-para-construir/tudo-sobre-juntas
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